Essa
jornalista é uma inspiração. Li seu livro com se fosse um manual. Tentando
achar em cada estória contada por ela, uma forma de aprender tal sintonia de
palavras e de ideias. Temos a tendência de pensar o jornalismo de forma
engessada e positivista, que foi o formato oficial por muitos anos. Partindo
desse principio, o jornalista, seus textos e sua forma de reportar tinham que
ser objetivos, mas é exatamente a subjetividade de Eliane que me causou espanto
e admiração. Essa autora consegue transformar casos particulares em casos
universais, sendo capaz de com palavras nos faz incorporar os sentimentos dos
seus personagens.
A crônica-reportagem da autora
que eu mais gostei foi “Enterro de pobre” que conta o desgosto de um pai ao
perder o filho para morte e para a pobreza. Em vários trechos, Eliane faz
colocações que se assemelham com a obra “Morte e Vida Severina” de João Cabral
de Melo Neto, o que é inevitável, pois tanto Severino de Maria quanto Antônio
Antunes é testemunha da vida (e da morte) miserável do sertanejo pobre. Também
em “O colecionador de almas sobradas”, a jornalista faz uma referência a casa
de praia dos sonhos do personagem que resgatava relíquias do lixo como sua
Pasárgada. Em “O Chorador” tem frases semelhantes às de Ariano Suassuna em sua
obra “O Auto da Compadecida”. É fácil de observar a influência da literatura
brasileira nos textos de Eliane Brum. Daqui para frente, buscarei ler mais
livros de autores brasileiros para ver se crio uma consciência crítica e mais
analítica sobre os aspectos particulares do Brasil e também sobre aspectos
regionais para que me sirvam de base futuramente.
Além disso, as estórias condenadas à morte, como pacientes terminais, ganham um suspiro de vida e de esperanças assim que são resgatadas pela doutora das palavras, Eliane Brum. A jornalista quebra com a tendência da sociedade em dar valor ao que vem de cima e não ao que está ao lado, ao que está próximo. Dizem que a beleza está nas coisas simples, tenho certeza que essa é a visão de Brum que com sua sensibilidade e sua humildade consegue fazer estórias banais tornarem- se reflexões complexas e inspiradoras. Com simplicidade de sua escrita, mas não menos inteligente, a leitura desse livro é um exercício não só para o aluno de jornalismo, mas também para qualquer profissional que trabalhe com comunicação, com gente, como cidadão. Além da visão jornalística e gramatical, a questão sociológica e psicológica por detrás de cada reportagem, como algo que salta aos olhos atentos e sensíveis de Eliane Brum.
Além disso, as estórias condenadas à morte, como pacientes terminais, ganham um suspiro de vida e de esperanças assim que são resgatadas pela doutora das palavras, Eliane Brum. A jornalista quebra com a tendência da sociedade em dar valor ao que vem de cima e não ao que está ao lado, ao que está próximo. Dizem que a beleza está nas coisas simples, tenho certeza que essa é a visão de Brum que com sua sensibilidade e sua humildade consegue fazer estórias banais tornarem- se reflexões complexas e inspiradoras. Com simplicidade de sua escrita, mas não menos inteligente, a leitura desse livro é um exercício não só para o aluno de jornalismo, mas também para qualquer profissional que trabalhe com comunicação, com gente, como cidadão. Além da visão jornalística e gramatical, a questão sociológica e psicológica por detrás de cada reportagem, como algo que salta aos olhos atentos e sensíveis de Eliane Brum.
Enfim, o que me chama atenção na
forma de escrever de Eliane Brum é como ela rompe, belissimamente, com o estilo
positivista tradicional de se fazer jornalismo, transformando o ordinário em
extraordinário, ela induz o leitor a pensar, a agir e a sentir como os seus
personagens. Como tudo na vida de Eliane Brum aconteceu rápida e
prematuramente, diferentemente de como acontece com os outros profissionais as
área, tive medo ,no inicio, de que suas opiniões sobre o ofício do jornalista
fosse um tanto idealizada. E tive razão. Tentei não me influenciar. Mas foi
essa forma apaixonada da autora em falar da profissão que incentiva a mim e aos
outros estudantes no inicio do curso de jornalismo, é ,de alguma forma, uma
confirmação de que estou fazendo a escolha certa.